quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Gestão do Conhecimento como Fator de Desenvolvimento das Empresas


“Quem tem conhecimento vai pra frente” diz o slogan do SEBRAE, no intuito de ressaltar a importância do conhecimento para que a empresa possa se destacar das demais no mercado. Mas será que ter conhecimento é o suficiente, para que alguém, ou alguma empresa dê certo? Como será que o conhecimento está sendo disseminado nas organizações? Porque, de nada adianta tê-lo trancado nas gavetas, nos armários, nos computadores, nos departamentos, e na própria cabeça, se não for estabelecida uma ampla disseminação para aqueles que fazem parte do negócio. O que acontece geralmente é que as pessoas vão embora das empresas, levando consigo todo o conhecimento armazenado, e deixando lacunas enormes no ambiente de trabalho, já que não houve um cuidado prévio de tratar e compartilhar adequadamente as informações com os demais membros da equipe. Em outras palavras, não se praticou a Gestão do Conhecimento.
Este é um processo que requer o envolvimento de todos, especialmente da direção do empreendimento, que tem um papel fundamental no estímulo e incentivo, não só na implantação, mas sobretudo, no acompanhamento desta forma de agir das empresas que almejam se perpetuar no mercado.
“A criação e a implantação de processos que gerem, armazenem, gerenciem e disseminem o conhecimento representam o mais novo desafio a ser enfrentado pelas empresas”. Trata-se muito mais de um conceito de gestão do que uma ferramenta tecnológica.
É a capacidade da empresa captar, gerar, analisar, traduzir, transformar, armazenar, disseminar, implantar e gerenciar a informação, tanto interna como externamente, transformando em conhecimento acessível aos interessados.
Em artigo publicado na Revista HSM Management, foi apresentado o resultado de uma pesquisa realizada com executivos de grandes organizações, que apontam um avanço expressivo neste tema, mas ainda com grandes espaços a serem explorados. Convém salientar que a Gestão do Conhecimento não é um processo exclusivo dos grandes negócios. Os pequenos empreendimentos devem estar atentos no sentido de adotarem também este valioso recurso, como forma de sobrevivência, nesse mundo sem fronteiras.
Vamos aos pontos que merecem destaque na pesquisa, que considerou respostas múltiplas:

Principais benefícios obtidos/esperados com a adoção da Gestão do Conhecimento

80,2% indicaram que o melhor aproveitamento do conhecimento já existente em suas organizações é um dos principais resultados obtidos com a gestão do conhecimento.
Em segundo lugar, os profissionais elegeram a vantagem de diferenciação em relação aos demais participantes do mercado (76%). Seguidos por melhor agilidade na tomada de decisão (73,2%), otimização de processos (62,4%), redução de custos (58,4%), aumento da receita (52,1%).

As principais fontes de conhecimento para as organizações

As fontes precisam ser complementares e as empresas não devem contar apenas com o que é proveniente de uma única origem.
De acordo com a importância, a grande maioria dos entrevistados (83,7%) apontou sua própria organização como sendo a principal fonte de conhecimento, em seguida vieram os clientes (78,4%), agências de notícias e publicações de negócios (68,2%), fornecedores (64%), internet (62,9%), consultorias (60,1%), relatórios financeiros de concorrentes (55,4%), universidades (30,2%), outros agentes de relacionamento (21,5%).

Envolvimento de departamentos nos projetos de Gestão do Conhecimento

Os entrevistados apontaram a Alta gestão (95,2%) como sendo a que deve ter maior envolvimento, acompanhada pelo RH (77,4%), TI/operações (72%), Marketing/vendas/pós-vendas (62,8%), Qualidade (38,9%), Atendimento e suporte a clientes (35,4%).

Ferramentas mais utilizadas na disseminação do conhecimento

A pesquisa aponta que a ferramenta mais freqüentemente utilizada para disseminação do conhecimento nas organizações ainda é o e-mail, indicado por 84,2% dos entrevistados. Outras ferramentas que merecem destaque são a internet (64,2%), os fóruns (46,3%), as listas de discussão (29%), bate-papo/chat (22,5%), mensagens instantâneas/MSM (19,8%), multiplicadores de conhecimento (16,4%).

Ainda merecem destaque os principais fatores que garantirão o êxito da Gestão do Conhecimento nas Organizações:

Patrocínio da alta gestão (78,8%)
- a "venda" do projeto para todos os colaboradores é facilitada e sofre menos resistências quando é feita de cima para baixo, ou seja, a partir do envolvimento e comprometimento dos executivos.
Treinamento e aculturamento (76,2%) – estas ações sobre os colaboradores interferem diretamente na eficácia e na perpetuação da implantação da Gestão do Conhecimento.
Visão homogênea dos envolvidos a respeito da gestão do conhecimento (68,6%) - a visão do que se espera deste projeto deve ser amplamente divulgada em todos os níveis da Organização.
Adoção de premiação/incentivos para participação dos colaboradores (64,2%) – criar formas de estímulos e reconhecimento do bom desempenho diante da equipe, para aqueles que mais contribuírem para o sucesso da Gestão do Conhecimento.
Clareza na comunicação dos objetivos a serem atingidos (58,9%) – elaborar um plano de comunicação, visando à sensibilização, implantação e execução do projeto, utilizando formas de divulgação compatíveis com o perfil de cada colaborador a ser envolvido.

Esse é o grande desafio que as empresas modernas devem adotar para se consolidarem no mercado com diferencial competitivo. Por se tratar de uma mudança cultural de grandes proporções, envolve tempo, paciência e muita persistência daqueles que querem realmente fazer a diferença.

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