sábado, 16 de maio de 2009

A Difícil Arte de Esperar

O mundo dos negócios está em constante ebulição, surgem novas tecnologias, descobertas de cura para várias doenças, práticas inovadoras de gestão, mas em meio a tantas mudanças, uma coisa eu ainda não consigo entender. Apesar de todo este avanço científico e tecnológico, como justificar o aumento expressivo do tempo de espera em filas de bancos, consultórios médicos e odontológicos, e em outros diferentes locais, que a população se vê obrigada a se submeter. Este fato já é apontado como uma unanimidade no item descontentamento, por parte da população. É algo impressionante o esforço sobre-humano e o exercício constante de paciência, para encarar este desconforto.
Outro dia, sabendo de antemão que apesar da hora marcada, a gente sempre tem que esperar para ser atendido, eu resolvi ligar para o consultório médico, antes de sair de casa, e como a resposta foi que eu poderia ir, segui feliz da vida, pois tinha uma lista de coisas urgentes para resolver, após a consulta. Só que para surpresa minha, ao chegar ao consultório havia ainda três pessoas para serem atendidas antes de mim. A médica que como a maioria dos médicos brasileiros, acumula outros empregos, chegara mais uma vez atrasada.
Bem, foi o jeito eu me valer das revistas disponíveis no local, para por em dia as fofocas do meio artístico. Neste ínterim, após ter devorado três revistas, comecei a ouvir um bate-boca da atendente com um daqueles vendedores ou representantes de medicamentos que circulam nos consultórios, com a mala cheia de amostras grátis. É que o tal vendedor havia entrado sem pedir licença na sala da médica, criando uma situação constrangedora entre a atendente e as pacientes que há horas estavam esperando a sua vez.
Isso tudo me fez refletir, como se adiantasse alguma coisa: qual o tempo aceitável de espera em um consultório? 15, 20, 30 minutos? O que pode ser considerado normal? Será que se eu mudar de médico, vai ser diferente? O que eu sei é que neste dia, fui atendida após exatas 2 horas e 10 minutos de espera. Pra completar a situação, ao sair da sala da médica, encontrei a atendente muito nervosa ao telefone, dizendo-se ofendida com a forma que fora tratada por uma paciente, demonstrando um total descontrole emocional. Tive que aguardar mais uns dez minutos enquanto ela finalizava a discussão e enxugava as lágrimas, para pegar meus documentos de volta.
Diante destes fatos podemos tirar algumas conclusões: até que ponto os médicos ou dentistas estão preparados para a administração dos seus negócios? Será que a sua equipe de atendentes está apta para estabelecer uma relação amistosa e profissional com seus pacientes?
O mercado clama por uma resposta imediata para as suas necessidades. Afinal, com doença não se brinca. Quem procura um profissional da saúde, é porque está precisando de uma solução eficaz para a enfermidade que lhe aflige, carecendo, portanto, do mínimo de conforto e respeito.
Hoje em dia a competência técnica e científica nem sempre fideliza clientes, e já não é mais suficiente para obter sucesso em um negócio. Não se pode perder de vista que o consultório médico é uma empresa como outra qualquer e sendo assim, deve seguir a cartilha de todos os empreendimentos que desejam ter vida longa. A preocupação com a gestão do Marketing, Finanças e Recursos Humanos, configura-se como prerrogativa para os saltos qualitativos almejados.
Além de capacitações gerenciais, já existem softwares disponíveis, com sistemas de automação de consultórios e clínicas médicas, que possibilitam a redução de muitas destas inconveniências. Possibilita o controle de fila de espera, realocação de horários em caso de faltas, registro do histórico do paciente, e muitos outros procedimentos simples, mas de grande valia.
O que acontece é que os profissionais de saúde não veem na universidade disciplinas sobre empreendedorismo, e com isso carecem de um preparo maior para tocarem gerencialmente a sua clínica. Por se tratar de uma profissão que exige muito esforço e dedicação, o aspecto administrativo acaba ficando em segundo plano. Nada impede que na impossibilidade de exercer as funções gerenciais no dia a dia, eles possam se cercar de profissionais competentes que preencham esta lacuna.
Basta um pouco mais de bom senso e vontade, para minimizar as agruras das debilidades físicas de seus pacientes, sem ter que submetê-los a horas infindáveis de espera.
Atire a primeira pedra quem nunca passou por situações desta natureza!!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mulheres que Fazem

Após anos e anos de comprovada competência na administração de um lar e no exercício de uma profissão, as mulheres cada vez mais alçam voos, superando novos desafios em busca da realização pessoal e profissional, em todos os campos e segmentos, desempenhando além das funções tradicionais, aquelas que antes eram exercidas apenas por homens. Cansadas de sofrer todo o tipo de discriminação, se entregam de forma ousada e aguerrida, como se quisessem provar para a sociedade e para elas mesmas, que são capazes de transformar todas as adversidades em oportunidades, nem que para isso tenham que encarar jornadas triplas de trabalho, para dar conta da casa, dos filhos, do marido, da beleza e da profissão. É a força da mulher suplantando todo o preconceito e quebrando paradigmas. As cenas que presenciei ontem à noite, na entrega do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, são a prova inconteste do que estou falando. Este prêmio, que foi idealizado pelo Sebrae e teve seu início em 2004, tem como objetivo tornar públicas histórias de mulheres brasileiras, obstinadas, dedicadas e empreendedoras, que conseguiram quebrar barreiras e atingir patamares antes inimagináveis no mundo dos negócios. Pois é, seja na capital ou nos mais longínquos rincões, elas estão presentes, e muitas vezes nem se dão conta do extraordinário papel que representam na comunidade onde atuam. Na categoria proprietária de micro e pequenas empresas, Elizabeth Pereira, do Instituto Poliglota Fortaleza, Alexsandra Cavalcante, da Roupa e Companhia de Sobral, Doralice Batista, da Dora Cabelo e Corpo Fortaleza, acompanhadas pelas agraciadas na categoria de grupos de produção formais, Juvenildes Silva, da Associação dos Artesãos de Redenção, Maria Cândido, da Associação dos Artesãos de Juazeiro do Norte e Margarida Marques, da Associação das Trabalhadoras Rurais na Agricultura Familiar do Crato, são exemplos marcantes deste universo de mulheres que despontam como ícones de mudança e superação dos obstáculos inerentes ao mundo empresarial. Seus depoimentos emocionaram, serviram de inspiração e deixaram boquiabertos até mesmo os mais letrados presentes na platéia. E como se isso não fosse suficiente, ainda fomos brindados por um depoimento repleto de entusiasmo da conhecida e renomada jornalista, filósofa e escritora cearense, Adísia Sá, que no auge dos seus 80 anos, provou que a paixão, perspicácia e a visão de futuro, não são qualidades exclusivas de quem está começando sua trajetória. E que a sabedoria é para todos, porém só a conquista quem sabe ver a vida com olhos de eternos aprendizes.
Parabéns a todas essas mulheres que dignificam o seu nome, engrandecem a nossa terra e abrem passagem para aquelas que querem seguir os seus passos na busca de um futuro melhor.