domingo, 21 de junho de 2009

Negociação Ganha X Ganha

Os tempos modernos exigem cada vez mais, pessoas com habilidades para negociação. A começar, na nossa própria casa, onde mal amanhece o dia, surgem logo os primeiros impasses. São incontáveis as negociações, algumas exitosas, outras nem tanto. O que acontece é que na vida tudo se negocia. Basta ter pelo menos duas pessoas que compartilhem idéias ou opções para se atingir um acordo que seja aceitável para ambas as partes.
Torna-se uma prioridade nas organizações contemporâneas, terem em seus quadros, profissionais com perfil de negociadores, para fazer jus às exigências do mercado globalizado que requer uma maior velocidade e profissionalismo nas tomadas de decisões.
Para resolver possíveis litígios, um processo judicial pode se tornar bastante complicado devido aos diversos níveis de apelação até a sentença final, tornando-o lento demais, além do excesso de ações judiciais, a falta de estrutura dos fóruns e o alto custo.
Eis que surge a mediação como uma abordagem para a transformação criativa dos conflitos, transformando-os em oportunidade de crescimento e de mudança, e um potencial de formação pessoal para a resolução dos problemas profissionais e pessoais.
Em outras palavras, a mediação é um processo extrajudicial voluntário e confidencial onde um terceiro elemento neutro, imparcial e independente auxilia as partes envolvidas a alcançarem um acordo justo e mutuamente satisfatório. Um mediador procura facilitar a comunicação e promover o entendimento.
O diferencial desta técnica de resolver conflitos com relação às demais existentes, é que o mediador não decide ou julga. Ao contrário, o que faz é dar poder aos envolvidos para que eles mesmos cheguem às soluções de forma consensual. Diferentemente da arbitragem, por exemplo, não é um terceiro estranho à relação que julgará quem está certo e quem está errado, pois os envolvidos terão autonomia para decidir.
A mediação possui algumas características e princípios peculiares, entre os quais se destacam: economia financeira e de tempo; reaproximação das partes; autonomia das decisões; informalidade; voluntariedade e confidencialidade, trazendo como benefícios a rapidez e efetividade de resultados; redução de desgaste emocional e de custo financeiro; garantia de privacidade e sigilo; comunicação facilitada; bem como a transformação e melhoria das relações.
Outro aspecto extremamente importante na mediação é o fato de que suas estratégias objetivam, além da resolução de conflito propriamente dito, a prevenção e a aprendizagem de novas maneiras de resolução de conflito promovendo um ambiente propício à colaboração, e possibilitando que relações possam perdurar de forma positiva.
A aplicabilidade da mediação abrange todo e qualquer contexto de convivência capaz de produzir conflitos. Podem se beneficiar deste recurso, impasses políticos e étnicos (nacionais e internacionais), questões trabalhistas e comerciais, empresas, escolas, famílias, comunidades e instituições diversas.
Para mediar não basta possuir habilidades e técnicas específicas, é preciso dominar a difícil tarefa de se integrar emocionalmente com os outros.
Nesse sentido, alguns dos mais importantes atributos que o mediador de conflitos deve desenvolver é saber ouvir, demonstrar calma, interesse e respeito pelo que está sendo dito, atitude que vem aliada à capacidade de desenvolver empatia, ou seja, a facilidade em identificar e compreender afetos, percepções, intenções, problemas e interesse dos outros, de maneira sensível e apurada. Enfim, assumir uma postura imparcial, neutra e ética, atuando em conjunto com os envolvidos e conhecendo as complicadas relações interpessoais.
Apesar de todas essas vantagens, a falta de divulgação ainda faz com que este instrumento jurídico seja pouco conhecido no Brasil.
Conclui-se, portanto, que as organizações devem criar mecanismos adequados de capacitação de seus colaboradores, já que a negociação requer um profissional com tantas habilidades. E ainda, que as formas de divulgação da mediação sejam ampliadas no sentido de incentivar as pessoas no processo de adesão e utilização deste valioso instrumento de resolução de conflitos.

sábado, 6 de junho de 2009

A Singularidade Soberana

Foi-se o tempo em que as empresas pensavam apenas em multiplicar seus lucros, através da oferta de produtos de gosto e formato duvidosos, com a certeza de que havia uma clientela ávida para consumi-los sem maiores questionamentos.
Um novo momento se descortina, e quem dita as regras são os consumidores, que são os verdadeiros responsáveis pela corrida desenfreada das organizações para criarem ou adaptarem seus produtos às necessidades e desejos deste público cada vez mais exigente e diferenciado. A tão disseminada cultura de massa cede lugar à singularidade, onde cada ser humano deve ter seus gostos e preferências respeitados, seja na arte, nos esportes, nas diversões, na ciência, na cultura...Pessoas supostamente conservadoras, de repente surpreendem ao deixar a mostra suas preferências: esportes radicais, música, gastronomia, atividades que a princípio não têm nenhuma relação com a sua profissão, nem com a forma como são percebidas.
Prevalece o jogo dos desejos, e mais do que nunca, o uso da psicologia nos negócios se faz necessário. O grande desafio é como tratar de forma customizada, esse universo de pessoas cada vez mais esclarecidas que se avolumam num piscar de olhos, e ao mesmo tempo saber compatibilizar os desejos do consumidor, da empresa e dos colaboradores, pois o descompasso poderá ocasionar resultados antagônicos.
O mercado dá as pistas sobre o que quer consumir. Cabe aos empreendedores mais atentos, captar esses sinais e transformá-los em elementos concretos que supram as expectativas dessas pessoas, que querem ser tratadas de maneira personalizada, porque são de fato diferentes uma das outras.
Refrigerantes que fazem emagrecer?? Pois é, feito a base de chá verde, cafeína e nutrientes de plantas, acelera o metabolismo e queima calorias. Embora a eficácia deste produto, ainda possa ser questionável, já é uma realidade para todo mundo ver e provar. Para que este projeto se concretizasse foi necessária uma leitura atenta do mercado formado por pessoas que estão preocupadas com a sua saúde e bem estar.
Antes de serem disponibilizados no mercado, os produtos devem passar por amplos estudos, quanto ao impacto causado aos consumidores com relação a satisfação dos seus desejos.
A tecnologia da informação tem sido uma grande aliada na busca do consumidor certo para o produto compatível as suas características pessoais. A indústria automobilística, por exemplo, já oferece sites onde as pessoas podem escolher carros com cores, funcionalidades, espaços, conforto, design, e outros detalhes de sua preferência. Os fabricantes de bicicleta têm seguido o mesmo caminho. Se você deseja criar sua própria camiseta ou tênis, de acordo com o seu estilo, pode escolher também através da internet de maneira fácil e rápida, e ainda com a vantagem de receber em sua própria residência. Pacotes de viagem para lugares fora do eixo tradicional, restaurantes oferecendo comidas exóticas para um público diferenciado, aulas de dança para executivos, e tantas outras alternativas que fogem do trivial.
Os departamentos de Marketing devem atentar para o fato de que embora pertencendo a um mesmo grupo profissional, familiar ou social, as pessoas podem ter gostos e rotinas diferentes. Isso não quer dizer que de uma hora para outra a empresa tenha que mudar completamente a sua missão sem que haja previamente um levantamento rigoroso e responsável desse público distinto.
Enfim, o produto/serviço não é apenas um produto/serviço, e sim um instrumento condutor da satisfação dos desejos de uma parcela cada vez mais exigente da população, que por sua vez não pode ser vista simplesmente como clientes ou consumidores, pois afinal de contas, aquela figura do outro lado do balcão, sempre foi e continuará sendo sua excelência o “ser humano”.