domingo, 16 de agosto de 2009

A Ditadura da Senha


Segurança – isto é o que todo mundo deseja ao tentar entrar, pertencer ou desfrutar de tudo o que o mundo digital pode oferecer. Mas para isso é indispensável a tão questionável, amada e odiada “senha”. Só em escrever esta palavra, já me vêm à mente passagens, se não dramáticas, no mínimo cômicas, que tenho que encarar no dia a dia. A mais recente foi quando tive que abrir uma conta em outro banco e após seguir todos os trâmites normais, em poucos dias recebi o cartão pelo correio. Demorei um certo tempo para utilizar um terminal eletrônico e só me dei conta que não poderia acessar o banco, quando li “digite sua senha”. E eu lá me lembrava qual a senha que tinha criado no ato da abertura da conta!! O jeito foi ligar para a agência e pedir ao gerente, pelo menos alguma dica para refrescar a minha memória. O pior é que ele me informou que para obter outra senha só pessoalmente na agência, que ficava do outro lado da cidade e pelo avançar da hora, não iria dar tempo fazer este procedimento. A solução foi recorrer a todos os santos, no intuito de que uma luz divina pudesse me fazer lembrar. Foram algumas tentativas e ufa!! Consegui acessar a conta. Já estava completamente constrangida com a fila que crescia atrás de mim e o guardinha me olhando com aquele semblante de desconfiança. Mas não é só agora que ando meio impressionada com a quantidade de senhas que utilizo diariamente, para ter acesso a informação, a conta bancária, e tantos outros serviços que a tecnologia pode proporcionar. Porque ao mesmo tempo que abre portas, nos obriga a ter uma memória de elefante, já que eu tenho que criar a senha, seguindo aquelas regrinhas básicas de segurança, como usar caracteres alfanuméricos, não repetir, não usar datas de aniversário, entre outras dezenas de dicas. E o mais incrível, é que não se pode escrever em nenhum lugar, sob pena de infringir as regras, e alguém mais esperto se apropriar da mesma e fazer o que bem lhe convier. O que eu falo é tão sério, que outro dia me dei o trabalho de contar, e pasmem, foram mais de 30, incluindo bancos, cartões de crédito, acesso ao computador e e-mail da empresa, sistemas corporativos, e-mails particulares, blog, orkut, second life... Vamos e venhamos vocês acham que um ser humano normal tem condições de armazenar no seu “chip” esta quantidade de combinações de letras e números?? É bem verdade que tudo é em prol da segurança, mas acho que já está na hora de inventarem uma forma mais amigável de acesso. Ou melhor, até já existem outras alternativas, através da “biometria”, por exemplo, que identifica as características próprias de um indivíduo para proceder à sua autenticação e/ou identificação junto ao Sistema de Informações de uma empresa, como leitura das impressões digitais, leitura da íris e reconhecimento de voz, mas só que esta tecnologia ainda não está disponível para a maior parte da população. É lamentável, que apesar de todos esses cuidados, ainda existem os hackers, ou será que são os crackers?? Aqueles sujeitos que usam a inteligência para construir e destruir softwares, bisbilhotar, se apropriar de informações sigilosas e subtrair a conta bancária de muita gente por aí. É...Por enquanto temos que aprender a lidar com esta realidade, de sermos uma ilha rodeada de senhas por todos os lados. Não é mesmo??